Os divinopolitanos estão acostumados com as derradeiras chuvas de fim de ano, que causam estragos na cidade, principalmente nas regiões baixas. Com o período chuvoso chegando, o número de entupimentos e vazamento de esgoto nas ruas da cidade aumentam. Segundo a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), isso ocorre pois muitas pessoas ligam a rede pluvial à rede de esgoto, que não é projetada para receber o grande volume de águas que as chuvas provocam.
Devido à isso, as redes de esgoto não suportam a quantidade e “expulsam” a água que vem das chuvas, provocando vazamentos, que pode ainda promover retorno do esgoto para dentro de residências e rompimento de redes.
Para evitar eventuais transtornos, a Copasa informa que o correto é coletar a água das chuvas por meio das calhas de telhados e ralos dos pátios e quintais, conduzindo-a, em seguida, por tubulações independentes até a rua. Além de prejudicar o meio ambiente e causar inúmeros aborrecimentos à população local, o despejo da água da chuva na rede de esgoto é proibido. Por isso, o imóvel que apresentar situação irregular poderá ter os serviços de esgoto interrompidos. Para conscientizar a população, a empresa promoverá ações e disponibilizará dicas para que transtornos sejam evitados.
O gerente do distrito do Alto Pará, Ronaldo Dias, explica como serão feitas as ações: “No primeiro momento, a Copasa está lançando uma campanha abrangente de conscientização dos efeitos negativos do lançamento indevido de águas pluviais nas ligações de esgoto, especialmente aquelas que ocorrem dentro dos imóveis. Malas diretas específicas serão encaminhadas junto com as faturas, de modo a dar informações sobre os impactos negativos para os imóveis, para a cidade e até para o Rio Itapecerica dessa mistura indevida entre tubulações de esgotamento sanitário e de águas pluviais.
Para o esgoto, devem ser destinados somente aquelas águas servidas decorrentes do uso de chuveiros, vasos sanitários, pias, tanques e ralos de áreas cobertas, sem receber águas de chuva.
Antigamente, não havia muita preocupação com a separação das águas de telhados, calhas e ralos de áreas descobertas, que eram interligadas dentro dos imóveis na mesma ligação de esgoto. Essas interligações devem ser identificadas e retiradas por cada morador, direcionando-as para as galerias de água pluvial e/ou outros mecanismos de escoamento das águas de chuva em seu imóvel.
Chuvas ocorrem normalmente em pancadas, com altos volumes em períodos menores de tempo, o que gera grande vazão instantânea, como pode ser visto nas enxurradas. Já o esgotamento sanitário tem um comportamento hidráulico diferente, com vazões bem menores distribuídas de maneira quase uniforme ao longo do dia. Assim, as tubulações de esgoto são dimensionadas apenas para o recebimento de esgoto, não sendo projetada para absorver picos de vazão que ocorrem nas chuvas. Daí a necessidade, prevista nas Normas Brasileiras, de separação entre tubulação de água de esgoto daquela de água de chuva, inclusive dentro dos imóveis”, explicou.
É extremamente importante que os moradores sigam as dicas fornecidas pela companhia. Ronaldo fala sobre a urgência disto ser feito: “Por não serem dimensionadas para absorver o alto volume instantâneo das chuvas, ocorre sobrecarga da rede, que pode ser percebida nos extravasamentos nos Poços de Visita e até mesmo nos refluxos de esgoto naqueles imóveis situados em condições topográficas desfavoráveis.
Além disso, com a Copasa já construindo a primeira Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Divinópolis, é muito importante a população ir se conscientizando e fazendo a separação dentro de seus imóveis das águas servidas (esgoto), daquelas provenientes de água de chuva, pois estas últimas atrapalham o processo de tratamento do esgoto. Ou seja, essa ação individual de cada morador direcionando adequadamente a água de chuva para fora de sua tubulação de esgoto é também importante para que juntos alcancemos o objetivo de todos nós, que é a despoluição dos Rios Itapecerica e Pará.
Num segundo momento, e com a identificação dos pontos mais vulneráveis à ocorrência de lançamentos indevidos, poderão haver campanhas mais específicas e mesmo vistorias técnicas nessas regiões, com ações direcionadas para a eliminação de pontos de interconexão das redes”, disse Ronaldo.
Independente da região onde mora, o morador precisa tomar o máximo de cuidado nos períodos chuvosos. O gerente explica que, tanto regiões baixas quanto altas, necessitam estar atentas ãs pancadas de chuva: “Numa cidade como Divinópolis, cortada por rios do porte do Itapecerica e Pará, além de seus córregos afluentes, todas as regiões baixas devem ter atenção nos períodos chuvosos. Mas, lembrando que águas pluviais carreiam também detritos, areia e outros sedimentos para a rede de esgoto, outras regiões também podem ter o funcionamento das redes de esgotamento sanitário prejudicado em decorrência deste lançamento indevido”.
Para finalizar, Ronaldo revela algumas dicas da Copasa em caso de enchentes, como aconteceu em anos anteriores: “A primeira e mais importante dica é de que cada morador leve a sério a campanha efetuada pela Copasa e verifique a adequação do seu ramal interno, garantindo a separação da água de chuva do seu ramal de esgoto.
Discuta com seus vizinhos e peça a eles para também se engajarem nesta campanha, que inclusive é fundamental para a despoluição do Rio Itapecerica.
E, complementando, em relação a qualquer problema relacionado com o esgotamento sanitário pedimos que entre em contato com a Copasa pelo telefone 115, de modo a permitir nossa atuação com a maior agilidade possível.
E é sempre bom ficar atento aos boletins e/ou informações veiculadas nos meios de comunicação, pois são uma boa fonte de informação sobre tudo que diz respeito a essas situações”, frisou Ronaldo.
Postado por Ana Paula