A população de Divinópolis vai precisar esperar mais para ter o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no município. Isso porque a implantação do Serviço, que estava prevista para ocorrer até o final deste ano, deverá ocorrer somente no final do primeiro semestre de 2015.
Segundo o secretário executivo do Consórcio Intermunicipal de Saúde para Gerenciamento dos Serviços de Urgência e Emergência da Região Ampliada Oeste (Cis-Urg Oeste), José Márcio Zanardi, algumas questões relativas à instalação do serviço, como a construção do Complexo Regulador, a organização da rede hospitalar que vai dar suporte ao Samu e a criação de cargos para os profissionais que vão atuar no serviço, ainda devem ser definidas e caminham paralelamente nos 54 municípios que farão parte da Rede de Urgência e Emergência.
José Márcio ressalta que a organização de toda a Rede é um processo que não é simples e, por isso, demanda tempo. “Então nós temos que organizar os pontos de atenção, desde a atenção primária e a atenção hospitalar, garantindo recursos tecnológicos, bem como recursos humanos em todas as unidades que darão resposta ao Samu, para que o serviço comece a funcionar. Porque senão fica só mais uma ambulância para poder pegar pacientes graves em qualquer lugar.”
CRIAÇÃO DE CARGOS
Segundo o secretário, a primeira fase da implantação foi a criação do Consórcio entre os municípios e a segunda é a criação de cargos dos profissionais que vão atuar na Rede – primeiramente a partir de processo seletivo e depois por concurso público. José Márcio explica que, como a criação de cargos dentro de um município tem que passar pela Câmara Municipal – para que seja avaliada a questão dos impactos no orçamento do município –, esse é um processo que precisa passar por, no mínimo, 50% das Câmaras de Vereadores dos 54 municípios que fazem parte da Rede.
“Estamos pegando assinaturas de todos os prefeitos em um único documento para encaminhar às Câmaras Municipais para aprovar a criação dos cargos. O processo teve início nessa semana e estamos com seis assinaturas até agora. Nós calculamos que entre pegar as assinaturas e passar pelas Câmaras Municipais, vamos gastar aproximadamente dois meses”, destaca o secretário.
PROCESSO SELETIVO
Desse modo, a composição do processo seletivo com lançamento de edital, formalização do processo e publicação deverá ocorrer a partir do mês de outubro. No total, está prevista a criação de 435 cargos. Dentre eles, onze são de cargos de confiança, 70 médicos, 154 condutores socorristas, 51 enfermeiros e 132 técnicos de enfermagem.
Para o secretário, é fundamental manter a transparência durante todo o processo seletivo. “As pessoas precisam saber que existe um processo seletivo para o Samu, lá em Carmo da Mata, em Carmo do Cajuru, em Luz, em Bambuí, em Córrego Danta. Ou seja, em todos os municípios, para que depois não haja nenhum tipo de impugnação do processo.”
Após o processo seletivo também estão previstos aproximadamente 60 dias para que seja feita a capacitação dos profissionais que vão ocupar os cargos da Rede.
COMPLEXO REGULADOR
Paralelamente à criação de cargos e capacitação há o processo de construção do Complexo Regulador do Samu – estrutura que operacionaliza as ações do serviço – que tem previsão para ser iniciado ainda este ano. Segundo José Márcio, inicialmente havia a possibilidade do Complexo ter sua sede na Unidade II do Hospital São João de Deus, onde antigamente ficava o Pronto Socorro, mas o espaço foi cedido para a estrutura do Consórcio.
De acordo com o secretário, a Prefeitura fez um processo de cessão de uso, sem oneração de bens, de um terreno ao lado do Hospital Público, no bairro Realengo. A obra está orçada em R$ 5 milhões e deve durar em torno de seis meses. “Nós estamos em fase de assinatura do convênio com o Estado. Já fizemos a planta do projeto, tudo já foi apresentado, mas o processo eleitoral deu uma paralisada no processo. Só podemos assinar o convênio após as eleições para então fazer a licitação da obra e dar início a ela.
REDE HOSPITALAR
No mês de agosto a diretoria da Rede de Urgência e Emergência do Estado vai definir qual a rede hospitalar da região que vai ser a rede de respostas ao Samu. Assim, os hospitais vão ser classificados por níveis. José Márcio explica que não são todos os hospitais da região que vão participar da Rede, somente aqueles que estão em pontos estratégicos, para facilitar a logística, bem como otimizar os recursos. Desse modo, o hospital que passa a fazer parte da Rede também passa a receber recursos financeiros para garantir a sua estrutura e funcionamento, assim como profissionais capacitados e recursos tecnológicos funcionando à disposição do Samu. “Por exemplo, se nós classificarmos um hospital de Luz como hospital de nível 3, que tem que ter cirurgião 24h, o bloco cirúrgico tem que estar disponível para o Samu. Então tudo isso envolve capacitação de pessoal, recursos humanos, recursos tecnológicos e recursos financeiros para investimento naquilo que for necessário”, esclarece o secretário.
AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS
O secretário ainda ressalta que o processo licitatório de aquisição de equipamentos necessários para o funcionamento do Samu, como equipamentos das ambulâncias, medicamentos, assim como tudo que será necessário para o suporte do sistema, também deve ter início em breve. José Márcio conta que há um convênio sendo firmado com o governo do Estado para garantir esses equipamentos.
“A gente já está trabalhando com o Estado para comprar todos os equipamentos, uniformes, materiais das ambulâncias, medicamentos, para poder já rodar as ambulâncias com suprimentos durante três meses no mínimo, para iniciar o processo”. Segundo o secretário, os recursos de equipamentos para garantir três meses de funcionamento do sistema foram calculados em R$ 7 milhões.
Postado por Ana Paula