A modalidade de assalto conhecida como “saidinha de banco” tem atingido números alarmantes em Minas Gerais, em especial, Belo Horizonte, onde chegou à marca de dois assaltos do tipo por dia no ano passado. O dado, totalizado em 840 registros em 2010, é de um levantamento feito pelo serviço de inteligência da Polícia Militar.
A estratégia dos criminosos é eficiente: o cliente sai da agência bancária, é seguido e abordado, na maior parte das vezes, por homens armados, que já obtiveram previamente o conhecimento de quantia de dinheiro retirada pelo cliente e onde ele estaria guardado.
A maioria dos crimes é realizada em quadrilha, onde um dos integrantes permanece dentro da agência, verificando potenciais vítimas e comunicando a constatação aos cúmplices que permaneceram do lado de fora. No entanto, o raio de ação dos bandidos é muito grande porque nem sempre o assalto é praticado na porta do banco.
Uma das medidas preventivas pensadas pelo legislativo foi proibir a utilização de aparelhos celulares dentro das dependências bancárias, mas na prática, a lei não exerce sua eficácia devido à falta de fiscalização e cooperação dos próprios funcionários do estabelecimento.
Divinópolis foi uma das cidades pioneiras a aprovar a lei que proíbe o uso dos aparelhos móveis, sendo sido aprovada e sancionada em meados de 2010. A Lei Municipal nº 1.199 proíbe o uso de telefone celular nas áreas de movimentação financeira das agências bancárias. O projeto que deu origem à lei é de autoria da vereadora do PV, Dra. Heloisa Cerri, e foi aprovado por unanimidade dos vereadores presentes na sessão da Câmara em maio.
Na semana passada, o governador Antônio Anastasia sancionou a lei 19.432, que proíbe o uso de celulares dentro de agências bancárias no Estado. A lei foi um projeto do deputado Célio Moreira (PSDB), após a polícia diagnosticar a maneira como os bandidos agem. Apesar de aprovada, a legislação ainda está em fase de adaptação pelos bancos.
Porém, muitas pessoas são vistas, e não repreendidas, utilizando os aparelhos de forma indevida. De acordo com denúncias de um funcionário do Banco do Brasil, a repreensão é facultativa e, geralmente, feita em consequência do julgamento pessoal dos responsáveis pela segurança. “Raramente uma mulher é repreendida. Geralmente eles pegam homens ou pessoas com a típica aparência suspeita, mas não existe um critério técnico. Vai da avaliação dos seguranças mesmo.”, revelou o funcionário que não quis se identificar.
Além da ineficácia da norma supracitada, os seguranças não podem agir fora dos limites do estabelecimento. Ou seja, mesmo que um cliente que tenha saído imediatamente do banco seja assaltado na frente do segurança, mas do lado de fora, nada pode ser feito por ele. A medida é considerada hipócrita, pois viola o princípio da função de proteção aos clientes.
Tendo em vista os riscos que decorrem de erros na administração e falta de fiscalização dos órgãos competentes, resta ao usuário do banco seguir as instruções para evitar um assalto.
O cliente deve evitar realizar saques de grandes quantias de dinheiro e, quando necessário, procurar um atendimento personalizado já ofertado na maioria dos bancos, para que o serviço seja feito da forma mais discreta possível. Contar dinheiro na frente das pessoas também é um ato de descuido.
Após sair da agência, verificar se está sendo seguido e, caso haja alguma suspeita, entrar em alguma loja ou residência conhecida e imediatamente entrar em contato com a polícia.
Fonte: Portal Jornal Gazeta do Oeste – http://g37.com.br
Postado por: André Luiz
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