Confundida com comprimido de ecstasy, a metanfetamina é a droga do momento em
baladas em jovens de classe média alta em São Paulo. Seu efeito é mais
devastador que o crack. Um comprimido chega a custar R$ 200 e garante euforia
de oito horas e potência sexual de até 30 horas. A "potência" do
comprimido azul e a curiosidade em experimentá-la fazem aumentar o consumo da
droga na capital. Neste ano, a Polícia Federal de São Paulo apreendeu 145.333
comprimidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. A
Polícia Federal não informou dados de apreensões em outros estados.
Os comprimidos de metanfentamina
chegam mesmo, muitas vezes, a confundir a própria polícia. Muitas apreensões
foram feitas como ecstasy. Mas a substância só era descoberta, segundo a
polícia, quando a análise feita por laboratórios apontavam resultado negativo
para ecstasy. E posteriormente se confirmava se tratar de metanfetamina em
forma de comprimidos. Isso explica as sete apreensões na capital e região do
Grande ABC, neste ano.
- Tínhamos esta droga há algum tempo,
mas com pequenas apreensões. Ela é muito usada nos Estados Unidos. A partir
deste ano, o uso desta droga se disseminou em São Paulo porque os americanos
que vieram acompanhar a "Parada Gay "distribuíram" comprimidos
de metanfetamina para os brasileiros. Daí começaram a surgir as encomendas para
a classe alta na noite paulistana. A droga vem de fora, não se tem relatos de
fabricação aqui - conta o delegado Reinaldo Correa, do setor de prevenção do
Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) de São Paulo.
Dependentes
da metanfetamina têm delírios e alucinações
Segundo o delegado, o primeiro impulso
é a curiosidade.
- Mas há quem confunda a metanfetamina
com ecstasy. Uns acham que é um ecstasy mais forte. Outros falam que é uma
anfetamina que vai te deixar nas nuvens. E a compulsão sexual proporcionada
pelo entorpecente também aumenta o consumo. Mas eles nem imaginam os efeitos
maléficos que causam no organismo - diz o delegado do Denarc.
Nos Estados Unidos, estima-se que são
13 milhões de usuários. E em dez anos, o dependente já morreu, magro e
envelhecido precocemente.
O psiquiatra Rodrigo Bressan,
coordenador do Programa de Assistência à Esquizofrenia da Universidade Federal
de São Paulo (Unifesp), explica que o efeito da metanfetamina é mais devastador
que o crack. Trata-se de uma droga altamente neurotóxica. O seu potencial de
dependência é muito alto. Um comprimido chama o outro. Ela induz a sintomas
psicóticos muito parecidos com os da esquizofrenia. Os dependentes têm
delírios, alucinações. A potência sexual ocorre por causa da euforia - explica
o médico.
Enviado por: José Levi (por e-mail)
Fonte: www.oglobo.com
Postagem: Ana Paula
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